Halloween: origens, significados e a magia de transformar sombras em luz
- Lua contato@nacasadabruxa.com.br
- 11 de out.
- 2 min de leitura
Quando pensamos em Halloween, logo surgem imagens de abóboras iluminadas, fantasias divertidas ou assustadoras, crianças pedindo doces pelas ruas. Mas por trás dessa atmosfera lúdica, existe uma tradição milenar carregada de simbolismos sobre morte, renascimento e conexão com o invisível.
O Halloween tem suas raízes no Samhain, o antigo festival celta que marcava o fim da colheita e o início do inverno. Para esse povo, a noite de 31 de outubro era o momento em que o véu entre o mundo dos vivos e o dos ancestrais se tornava mais tênue. Uma época de honra aos que partiram, de reflexão sobre os ciclos da vida e de preparação para um novo início.
E no Brasil?
Como vivemos no Hemisfério Sul, o Samhain é celebrado em 1º de maio, quando realmente estamos entrando no outono e nos preparando para o inverno. Já em outubro, enquanto o Norte celebra a chegada do frio, aqui celebramos a primavera e o florescer da vida.
Isso não significa que não possamos nos conectar com a energia do Halloween. Pelo contrário: podemos usar a data de 31 de outubro como um lembrete universal, independente da estação, de olhar para dentro, honrar os ancestrais e refletir sobre os ciclos que se encerram e os novos que nascem.
Honrar ancestrais, trabalhar luz e sombra:
Não é preciso seguir um ritual específico de Samhain para vivenciar o Halloween de forma significativa. Basta trazer a consciência de que esta é uma época propícia para:
Relembrar e agradecer aqueles que vieram antes de nós - familiares, mestres, povos antigos que abriram caminhos.
Reconhecer nossas sombras, aquelas partes internas que costumamos esconder, e enxergá-las como mestras.
Nutrir nossa luz, escolhendo conscientemente o que desejamos cultivar dentro de nós.
Aceitar os ciclos da vida, entendendo que todo fim também é começo.
Assim, o Halloween pode ser encarado como um convite atemporal: um lembrete de que, pelo menos uma vez ao ano, podemos parar para refletir sobre quem somos, de onde viemos e para onde queremos ir.
Os símbolos do Halloween guardam mensagens profundas:
A abóbora iluminada (Jack O’Lantern): guia de luz nas trevas.
As fantasias: uma forma de brincar com identidades e lidar com os medos.
Os doces: lembrança de partilha, abundância e celebração da vida.
Os gatos pretos: guardiões espirituais, ligados à magia e à intuição.
Aqui no Brasil, podemos até adaptar esses símbolos à nossa primavera: flores no lugar de folhas secas, frutas frescas em vez de colheita guardada, lembrando que vida e morte dançam juntas em todos os lugares e tempos.
Halloween como portal interior
Mais do que uma festa, o Halloween pode se tornar um rito pessoal de passagem: o momento de agradecer pelos aprendizados, deixar ir aquilo que já não serve e escolher, conscientemente, semear novas intenções.
No fim, não importa se olhamos para o Samhain de maio ou para o Halloween de outubro: o que importa é o lembrete de que somos parte de uma grande roda de ciclos, onde luz e sombra se entrelaçam, e onde cada fim traz em si a semente de um recomeço.
Porque, afinal, toda vez que temos coragem de olhar para nossas sombras, abrimos espaço para a luz florescer.



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